Queda de Cabelo
Foco nos protocolos de tratamento capilar na clínica Thalassa: PRP /Mesoterapia
Tratamento holístico do folículo capilar
Tendo em vista as inúmeras perguntas que recebemos na clínica Thalassa em relação aos cuidados capilares e aos tratamentos de queda de cabelo, temos procurado fornecer uma resposta médica, científica, adaptada e global, para o conjunto destes problemas.
A fim de explicar corretamente os nossos princípios terapêuticos e os protocolos que os estruturam, convém recordar algumas noções de anatomia e fisiologia capilar. A cabeleira humana representa um conjunto de 100 000 a 150 000 cabelos. Cada indivíduo perde uma média de 40 a 100 cabelos por dia. Com picos de até 175 por dia durante os picos sazonais (primavera e outono).
Esta queda é normal e integra-se no processo das diferentes fases do ciclo capilar.
Um folículo é capaz de produzir 20 a 25 cabelos sucessivos durante a vida.
O ciclo de cada cabelo comporta uma fase de crescimento contínuo (3 a 5 anos) que termina ao cabo de 3 semanas (fase telógena). O bolbo, que ficou inactivo, volta para a superfície. O cabelo, mesmo o que está morto, permanece aderente durante 3 meses (fase anágena).
Perante uma perda de cabelo, é conveniente eliminar primeiro certas patologias (anemia, hipotiroidismo…) certos efeitos secundários de medicamentos, certas intoxicações. Podemos estar também a lidar com um processo auto-imune: pelada, alopecia areata. Não se pode nunca ignorar o papel de um estresse agudo ou crónico numa queda capilar.
Quando estas várias patologias tiverem sido eliminadas, poder-se-á dividir os nossos e as nossas pacientes em dois grupos:
- Perda de cabelo devido à ação dos andrógenos.
- Perda de cabelo não relacionada com a acão dos andrógenos.
Esta divisão, como se verá, será importante do ponto de vista terapêutico.
No plano fisiopatológico, a instalação da alopecia androgenética corresponde a um encurtamento do ciclo capilar, desencadeado e mantido por andrógenos.
Cada ciclo é mais curto do que o anterior. A quantidade total de ciclos é alcançada muito mais rapidamente.
O folículo esgotou o seu potencial. Irá desaparecer com muitos anos de antecedência.
Fica assim claro que, se se quiser de modo eficaz retardar o desenvolvimento deste tipo de calvície, será preciso agir precocemente, de modo a manter uma quantidade apreciável de ciclos foliculares.
Para que a alopecia androgenética se desenvolva, terá de haver uma impregnação contínua do couro cabeludo de hormonas masculinas. A alopecia começa na puberdade e continua para arrastar progressivamente uma perda de cabelo. Torna-se irreversível se nada for feito a tempo. Afecta somente áreas do couro cabeludo com receptores específicos aos andrógenos.
O cabelo torna-se ao princípio mais fino, mais curto, menos pigmentado. É depois substituído, com o passar dos anos, por uma fina penugem. Seguidamente, esta desaparece, dando lugar à calvície real, que é definitiva.
O estudo de fenómenos que entram em jogo no decorrer da alopecia androgenética mostra claramente que, para que seja eficaz, torna-se imperativo impedir a acção local dos andrógenos. A hormona principal masculina é a testosterona que fica activa em certos tecidos e órgãos quando é convertida em dihidrotestosterona.
Esta ativação acontece graças a uma enzima chamada 5-alfa reductase, das quais existem dois tipos: 5-alfa-reductase 1 e 5-alfa-reductase 2.
No couro cabeludo, o tipo 1 é marcadamente predominante.
As substâncias que se irão opor à ação desta enzima irão impedir a transformação da testosterona em dihidrotestosterona. Esta não poderá exercer a sua acção de encurtamento dos ciclos foliculares. O mecanismo da alopecia androgenética será interrompido.
Há vários anos, utiliza-se com sucesso o finasterida em comprimidos, numa dose de 1 mg por dia, no tratamento da alopecia androgénica. É um inibidor do 5-alfa-reductase do tipo 2, portanto pouco específico do couro cabeludo. Mas a sua capacidade para baixar o nível geral de dihidrotestosterona confere-lhe uma eficiência comprovada.
Recentemente, começámos a usar um inibidor da 5-alfa reductase tipo 1 e 2: a dutasterida. A sua ação é significativamente mais potente do que a da finasterida, e age sobre a enzima de tipo 1, que está presente no couro cabeludo. É um tratamento eficaz. O problema é que se toma em comprimidos e que, portanto, é a produção de dihidrotestosterona de corpo inteiro que é afectada. Isso explica os possíveis efeitos colaterais, mas que não são constantes: diminuição da libido, diminuição da fertilidade, etc.
Era, portanto, tentador aplicar este tratamento topicamente, diretamente no couro cabeludo, de modo a reduzir drasticamente a produção de dihidrotestosterona a este nível e a não modificar no resto do corpo. É o que fazemos graças à mesoterapia do couro cabeludo que usa a dutasterida injectável.
Assim, podemos distinguir vários tipos de pacientes:
- Homem jovem com significativa queda de cabelo do tipo androgénico com historial familiar de alopecia (os casos de alopecia do lado da família paterna são os mais determinantes).
É preciso, em primeiro lugar, combater o risco hormonal. O uso da dutasterida no tratamento é fundamental. A adição de factores de crescimento plaquetários autólogos (bioestimulação do couro cabeludo) irá permitir opor-nos ao fenómeno de apoptose que reduz o ciclo do folículo capilar. Vitaminas, minerais e vaso-estimulantes são bem-vindos para completar o tratamento. - Mulher na fase de perimenopausa, com sinais de perda de cabelo do tipo androgénico, ou mulher mais jovem com o mesmo quadro clínico. Serão aplicados os mesmos protocolos que em 1), porque os mecanismos são semelhantes, embora agem com uma intensidade mais moderada.
- Mulher jovem ou menos jovem, padecendo de uma queda sazonal de cabelo sem característica androgénica ou que se queixam simplesmente porque o cabelo está mais baço ou menos farto. A adição de dutasterida não é necessária. Podem-se usar factores de crescimento plaquetários, minerais, vitaminas e vaso-estimulantes.
Do ponto de vista terapêutico, pareceu-nos judicioso agruparmos, num único tratamento, a administração de todas as substâncias relevantes para o crescimento do cabelo e para a luta contra a alopecia.
Assim nasceu o Tratamento holístico do folículo capilar. Combina, na mesma sessão, injecções das seguintes substâncias:
1º) Fatores de crescimento plaquetários
A bioestimulação com o plasma autólogo é uma excelente forma para se lutar contra a queda do cabelo pois opõe-se a este fenómeno de 2 maneiras diferentes. Estimula o desenvolvimento dos folículos capilares graças aos variados factores de crescimento contidos no plasma rico em plaquetas. Também se opõe ao fenómeno de degenerescência e morte programada do cabelo (fenómeno de apoptose) que ocorre na alopecia androgenética. Rapidamente se recorda aqui que o plasma, rico em plaquetas, é obtido por colecta de sangue seguido de centrifugação para separar os diferentes componentes do sangue.
2º) Inibidor da 5 alfa-reductase
Trata-se sobretudo da dutasterida. Explicámos logo no início do artigo o interesse deste produto pelo facto de se opor aos efeitos negativos dos androgénios sobre o folículo capilar.
3º) Vitaminas, minerais e aminoácidos
Vitamina B6 ou Piridoxina: é uma vitamina hidrossolúvel que intervém no crescimento dos cabelos e das unhas. Estimula a secreção de queratina e potencia a acção do zinco. Vitamina B5 ou ácido pantoténico: melhora a hidratação e a elasticidade dos cabelos . Vitamina B8 ou Biotina: a sua carência está associada à perda de cabelo. Zinco: mineral essencial para a formação da queratina (a proteína da estrutura do cabelo).Tem também algum efeito inibidor da 5 alfa-reductase. Metionina e Cisteína: aminoácidos importantes utilizados na composição da queratina.
4º) Vasodilatadores
Minóxidil, Rutina, Ginkgo Biloba: melhoram a nutrição, hidratação e a oxigenação do couro cabeludo. O tratamento holístico do folículo capilar permite de injectar tudo isso numa mesma sessão. O plasma rico em plaquetas é um excelente solvente para os outros componentes. Permite, além do seu efeito propriamente dito, de diluir a dutasterida cuja solubilidade lipídica torna dolorosa a penetração na pele. Aconselhamos o tratamento holístico do folículo capilar para qualquer tipo de perda de cabelo, sabendo desde já que a adição de produtos de bloqueio será particularmente indicada quando o ou a paciente apresentarem critérios de tipo androgénico.
Na alopecia androgenética, parece-nos que será interessante começar por um ritmo de tratamento mensal, até que se possa verificar a estabilização e, seguidamente, a melhoria do fenómeno. Poderemos depois dilatar o espaçamento das sessões, sabendo, à partida, que uma terapia de manutenção será necessária para proteger o cabelo dos efeitos deletérios dos andrógenos.
Sempre que se trata de uma simples perda de cabelo sazonal, duas ou três sessões a meio das estações são muitas vezes suficientes.